Airbag - Fique longe da explosão





Criado para aumentar a proteção de motoristas e passageiros, o airbag acabou provocando algumas mortes no início de seu uso, nos anos 1980, principalmente nos Estados Unidos. Foram 53 vítimas apenas em 1997. O problema não estava no conceito da “bolsa que se infla no momento do acidente para proteger o rosto e o tórax de motoristas e passageiros”, mas na velocidade de enchimento dessa bolsa, que tem que ser extremamente rápida para protegê-los. E as mortes se concentravam nos EUA devido ao fato de que o cinto de segurança não era (e não é até hoje) obrigatório em alguns estados. Para compensar essa falta — já que o airbag foi desenvolvido para funcionar em conjunto com o cinto de segurança —, os fabricantes tiveram que aumentar o tamanho e a velocidade de enchimento das bolsas, o que acabou sendo fatal para alguns motoristas e passageiros.



Esses números trágicos foram se reduzindo com a evolução dos airbags, que atualmente se expandem em uma velocidade um pouco menor, mais ainda alta para representar perigo aos ocupantes, em caso de acidente. Embora varie de modelo para modelo, pois cada um tem projeto próprio, todo o processo de ativação (inflar e murchar) é concluído em cerca de 30 milissegundos. Só para efeito de comparação, um piscar de olhos dura aproximadamente 100 milissegundos. Devido a essa velocidade elevada, motoristas e passageiros devem tomar três atitudes fundamentais: usar sempre o cinto de segurança, pois as bolsas foram criadas para serem um complemento aos cintos e não um substitutivo, como muitos imaginam; guardar uma distância segura do volante (de 25cm do centro do volante ao peito do motorista) e do painel (de 40cm do centro ao peito do passageiro); e regular corretamente o apoio de cabeça.

O cinto funciona como um limitador do movimento das pessoas dentro do carro, evitando que elas se aproximem demais do airbag, que (é importante lembrar) se abre na direção contrária à do veículo. Por isso, é muito importante regular corretamente o banco (assento e encosto), para manter uma distância segura e evitar abrasão da pele, lesões na cabeça e no tórax, danos aos olhos e quebra dos ossos do nariz. O apoio de cabeça deve ficar o mais próximo do topo e da parte de trás da cabeça. Isso vai evitar que, ao ser inflado, o airbag provoque o “efeito chicote”, que pode causar lesões sérias na coluna cervical.



Baixa estatura 
Algumas pessoas dirigem numa posição próxima ao volante por terem baixa estatura. De acordo com Nivaldo Siqueira, gerente de desenvolvimento de negócios da TRW (fabricante de airbag), a bolsa inflável foi desenvolvida para algumas situações, mas não para todas. “Pessoas que têm estatura muito baixa devem usar um prolongador de pedais para não ficar com o rosto e o tórax tão próximos do volante.”

Fatal 
O gerente da TRW também alerta para a posição que o motorista segura o volante, que deve ser do tipo “9h15”; e para os passageiros que colocam os pés sobre o painel. “Assim, ele vai evitar que os braços sejam arremessados contra o rosto. Os ferimentos podem ser ainda maiores se a pessoa estiver usando um relógio. No caso dos pés no painel, o passageiro pode ficar paraplégico, em caso de acidente.”

Óculos 
Quanto aos óculos, Nivaldo esclarece que não representam risco para motorista ou passageiro, porque quando o motorista ou passageiro toca na bolsa ela está se esvaziando e, por isso, seria um contato leve. Mas um estudo recente sobre as lesões oculares e orbitárias em pessoas que usam óculos, causadas pela explosão do airbag em baixas velocidades, realizado na Espanha pelo Instituto de Segurança Viária da Fundação Mapfre (uma empresa do ramo de seguros), revelou que os efeitos das armações e lentes sobre o globo ocular podem ser devastadores e produzir lesões graves, mesmo em uma colisão a baixa velocidade. Para reduzir esses riscos, os estudiosos recomendam sempre usar o cinto de segurança e aumentar a distância mínima para o volante/painel para 35cm e 45cm, respectivamente.

Como funciona 
Em caso de colisão, sensores de desaceleração e deformação do chassi, instalados na dianteira do veículo, medem o nível de deformação da batida. Esses dados são interpretados por uma unidade de controle que determina a intensidade do choque e a necessidade da abertura da bolsa, dependendo do módulo de airbag utilizado. Depois do sinal (elétrico) liberado, ocorre uma reação química que solta um gás (nitrogênio molecular) que enche rapidamente a bolsa, que também é esvaziada quase no mesmo tempo, como forma de amortecer o choque. Todo o processo é muito rápido e extremamente barulhento, pois a explosão parece um tiro e pode chegar a causar algum dano momentâneo à audição.

Fonte: VRUM

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